segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Noite Americana - François Truffaut



















A princípio, acreditei que este filme não contrariaria a tradicional liinguagem cinematográfica de Truffaut, porém me surpreendi. Plano geral: Filmado em plano-sequência, uma cafeteria ao fundo, uma praça cheia de transeuntes, ao fundo uma mulher com um cachorro, um carro branco, um carro vermelho, pessoas saindo do metrô. A primeira cena do filme leva o público a imaginar e deduzir que o longa de Truffaut seria mais uma história comum de ficção como tantas outras do cinema e filmado em plano-sequência, grande "jogada" do diretor que induz ao engano, pois quando se ouve do próprio diretor: corta! é que se percebe que o enredo trata de uma película que descreve o fazer cinematográfico. O filme trata dos bastidores de uma gravação de um filme, demonstrando suas peculiaridades com riqueza de detalhes, em contrapartida ao que se vê nos telões, o filme nos mostra o que acontece por trás e que normalmente não é revelado, nem captado pelas câmeras. A Noite Americana discorre sobre o filme "A chegada de Pamela" desde a concepção do roteiro/enredo até sua edição. O diretor de cinema Ferrand, interpretado pelo próprio François Truffaut tem que contornar diversos percalsos no decorrer da trama desde problemas nas filmagens, mercado, até problemas pessoais dos atores. O filme é marcado por várias mudanças de cena como flashes, em uma das cenas com um problema comuma atriz que tinha dificuldade em decorar suas cenas, a estratégia utilizada foi o jogo de câmera demonstrandopor diversos ângulos, aumentando assim a tensão.
Outra passagem que deixa claro a homenagem a paixão à sétima arte demonstrada por Truffaut,é a cena em que misturando realidade e ficção, Ferrand atende a um telefonema para escutar a trilha sonora romântica composta por Georges Delarue,simultaneamente ele abre umpacote com diversos livros de grandes diretores como Jean Luc Godard, Buñuel, Bergman, Hitchock, Rosselini e Bresson. O filme propõe a soberania do cinema sobre a vida quando Ferrand diz que o cinema é melhor do que a própria vida.

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