terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

NELSON PEREIRA DOS SANTOS

Nono ocupante da Cadeira 7, eleito em 9 de março de 2006 na sucessão do acadêmico Sergio Corrêa da Costa e recebido pelo acadêmico Cícero Sandroni em 17 de julho de 2006.

Nelson Pereira do Santos nasceu em São Paulo a 22 de outubro de 1928. Após graduar-se em Direito, atuou na imprensa e fez curtas-metragens de inspiração militante. Em 1952, mudou-se para o Rio de Janeiro.

Como diretor assistente trabalhou nos filmes O Saci (1951), Agulha no Palheiro 1953), Balança Mas Não Cai (1953). Sua primeira realização, como diretor, é o filme Rio 40 Graus (1955). Filmado nas ruas da cidade e mostrando pessoas reais, apresenta muitas das características que levaram Nelson Pereira dos Santos a liderar o Cinema Novo, movimento dos anos 60 e 70 que criou um cinema nacional.

O filme Vidas Secas (1963), adaptação do romance homônimo de Graciliano Ramos, é considerado por muitos como a obra-prima do cineasta.

Diretor de numerosos filmes, atuando como roteirista / argumentista, ora como produtor ora como co-produtor, Nelson Pereira dos Santos está sempre presente na cena cinematográfica brasileira e internacional, com longas-metragens que se inspiram igualmente na história e no imaginário popular.

Em junho de 2005, a Academia Brasileira de Letras homenageou sua obra especialmente ligada à literatura no ciclo A Literatura Brasileira no Cinema, sob coordenação de Cícero Sandroni, quando foram exibidos e comentados os filmes:

7/6/2005 – Vidas Secas (Graciliano Ramos), com comentários de Nelson Pereira dos Santos e Ivana Bentes;

14/6/2005 – Tenda dos Milagres (Jorge Amado), com comentários de Nelson Pereira dos Santos e Muniz Sodré;

21/6/2005 – A Terceira Margem do Rio (Guimarães Rosa), com comentários de Nelson Pereira dos Santos e José Carlos Avellar;

28/6/2005 – Um Asyllo Muito Louco (Machado de Assis), com comentários de Nelson Pereira dos Santos e Hugo Sukman, e participação especial da profª. Olívia Barradas.

Prêmios

Por Rio, 40 Graus – Prêmio Talento Jovem (1956), Prêmio Saci, Prêmio do festival de Cinema do Distrito Federal (1958), também por Rio, Zona Norte; Prêmio do Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary, República Tcheca; Prêmio do Festival de Cannes (1964).

Por Vidas Secas – Festival Internacional do Filme de Cannes: Prix des Cinémas d’Art et d’Essai; Prix du Meilleur Film pour la Jeunesse; Prix de l’Office Catholique du Cinema; Prêmio Governador do Estado da Guanabara (1964); Melhor filme do Festival de Cinema de Edimburgo; Festival Internacional de Gênova (1965); Prêmio da Associação dos Críticos de Cinema da Polônia; Festival Internacional de Valladolid, Espanha (1965); I Mostra do Cinema Novo do Museu de Arte Moderna de Nova York (1968).

Por Um Asyllo Muito Louco – Prêmio Luis Buñuel (1970); Festival Internacional de Londres (1971).

Por Como Era Gostoso O Meu Francês – Festival Internacional de Cinema de Berlim (1971); Exposição Internacional do Filme de Los Angeles (1972); Festival Internacional de Cinema de Milão.

Por Amuleto de Ogum – Festival Internacional do Filme de Cannes (1975).

Por Tenda dos Milagres – Festival Internacional de Cinema de Berlim (1978); Festival Internacional de Cinema de Nova York (1978); Festival Internacional de Chicago (1977); Festival Internacional de Filme de Sidney, Austrália (1978); Festival Internacional de Cinema de Melbourne, Austrália (1978); Mostra Internacional da Cinemateca Mexicana (1978); Participante do Simpósio “Cinema e Sociedade”, patrocinado pela UNESCO e Instituto de Cinema Americano – Los Angeles (1978).

Participação em festivais de cinema

1986 – Festival Internacional de Cinema de Veneza – Membro do Júri

1990 – Festival Internacional de Cinema de Gramado – Presidente do Júri

1991 – Festival de Cinema de Brasília – Presidente do Júri

1993 – Festival Internacional de Veneza

A Terceira Margem do Rio

1994 – Festival Internacional Los Angeles

1995 – Festival Internacional de Innsbruck, Áustria

1995 – Prêmio “Margarida de Prata” da CNBB

1995 – Festival Internacional de Fribourg, Suíça

1995 – Festival Internacional de Taiwan, China

1995 – Festival Internacional de Cannes

Cinema de Lágrimas

1995 – Festival Internacional de Tessalônica, Grécia

Presidente do Júri

1996 – Festival Internacional de Programas Audiovisuais de Biarritz

Presidente do Júri

1999 – Festival Internacional do filme Documentário de Yamagata, Japão

Presidente do Júri

Casa-Grande e Senzala

2001 – Festival Internacional do filme Documentário de Yamagata, Japão

2002 – Festival Internacional de Programas Audiovisuais de Biarritz, França

Meu Compadre Zé Keti

2002 – Grande Prêmio Brasil da Academia Brasileira de Cinema

Melhor metragem

Mostras e retrospectivas individuais

1980 – Festival de Cinema Latino-Americano de Nantes, França

1981 – Festival de Cinema Latino-Americano de Pesaro, Itália

1984 – Festival Internacional de Cinema de Tashkent, URSS

1985 – Festival do Novo Cinema Latino Americano de Havana

1985 – Festival Internacional de Cinema de Rotterdam, Holanda

1986 – Festival Internacional de Toronto, Canadá

1986 – Festival Cinematográfico de Verona, Itália

1995 – Film Society of Lincoln Center, Nova York

1995 – Universidade de Harvard – Boston

1995 – Festival Internacional de Munique

1995 – Film Archive Berkeley, Califórnia

2000 – Fundação Japão, Tóquio

2001 – Quinto Encontro de Cineastas Latino-Americanos de Lima, Peru

2002 – V Festival Internacional Latino de Los Angeles, EUA

Premio Gabriel Fiqueroa

Cargos e funções

Diretor do Setor de Arte Cinematográfica da Universidade Federal Fluminense – 1967.

Bolsista do Departamento de Estado para uma visita de intercâmbio cultural aos Estados Unidos – 1967.

Fundador e primeiro Presidente da Associação Brasileira de Cineastas.

Membro da Comissão designada pelo Ministro de Estado de Educação e Cultura, Sr. Ney Braga, para propor medidas de reformulação dos órgãos relacionados às atividades cinematográficas – 1974.

Presidente de Honra do Comitê de Cineastas Latino-Americanos.

Conselheiro da Fundação do Novo Cinema Latino-Americano.

Membro do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro.

Conselheiro do Pólo de Cinema e Vídeo de Brasília.

Ensino

Professor Associado do Instituto Central de Arte da Universidade de Brasília (1965);

Professor Titular do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal – Fluminense (por concurso público, 1970);

Professor convidado da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA, 1988);

Professor convidado da Columbia University (Nova York, 1990);

Conselheiro de Oficinas de Direção do Sundance Institute (1991-92);

Professor Emérito da Universidade Federal Fluminense (1999).

Títulos e condecorações

Título de “notório saber” concedido pela Universidade de Brasília;

Título de “alta qualificação científica”, concedido pela Universidade Federal Fluminense;

Comendador da Ordre des Arts et des Lettres, da República Francesa;

Chevalier de la Légion d’Honneur, da República Francesa;

Doutor Honoris Causa, da Universidade de Paris X – Nanterre;

Comendador da Ordem de Rio Branco, da República Federativa do Brasil;

Medalha Felix Varela de Primeiro Grau, do Ministério da Cultura de Cuba;

Comendador da Ordem de Ciências, Letras e Artes da República de Portugal;

Membro do Conselho Diretor do Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro;

Prêmio Nacional da Cultura de 1996, concedido pelo Ministério da Cultura da República Federativa do Brasil.

Doutor Honoris Causa, da Universidade Federal da Bahia.

FILMOGRAFIA

1949 – Juventude

1955 – Rio, 40 Graus

1957 – Rio, Zona Norte

1957 – Aventuras Amorosas de um Padeiro (produtor)

1958 – O Grande Momento (produtor)

1961 – Mandacaru Vermelho

1962 – Boca de Ouro

1963 – Vidas Secas

1965 – A Hora e a Vez de Augusto Matraga (produtor)

1967 – El justicero

1968 – Fome de Amor

1970 – Azyllo Muito Louco

1971 – Como Era Gostoso o Meu Francês

1972 – Quem é Beta?

1974 – O Amuleto de Ogum

1977 – Tenda dos Milagres

1978 – A Dama do Lotação (produtor)

1980 – Na Estrada da Vida

1980 – Insônia (segmento “O Ladrão”)

1982 – A Missa do Galo

1984 – Memórias do Cárcere

1987 – Jubiabá (roteiro)

1994 – A Terceira Margem do Rio

1995 – Cinema de Lágrimas

2001 – Meu Compadre, Zé Ketti

2003 – Raízes do Brasil – Uma cinebiografia de Sérgio Buarque de Holanda

2005 – Brasília 18%

2009 - Português, a Língua do Brasil (documentário)

Para a televisão, algumas de suas participações como diretor: Cinema Rio (1980); Mundo Mágico (1983); A Música Segundo Tom Jobim (1984); Bahia de Todos os Santos (1985); Casa-Grande & Senzala (2001-02).

Nenhum comentário:

Postar um comentário