Nono ocupante da Cadeira 7, eleito em 9 de março de 2006 na sucessão do acadêmico Sergio Corrêa da Costa e recebido pelo acadêmico Cícero Sandroni em 17 de julho de 2006.
Nelson Pereira do Santos nasceu em São Paulo a 22 de outubro de 1928. Após graduar-se em Direito, atuou na imprensa e fez curtas-metragens de inspiração militante. Em 1952, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Como diretor assistente trabalhou nos filmes O Saci (1951), Agulha no Palheiro 1953), Balança Mas Não Cai (1953). Sua primeira realização, como diretor, é o filme Rio 40 Graus (1955). Filmado nas ruas da cidade e mostrando pessoas reais, apresenta muitas das características que levaram Nelson Pereira dos Santos a liderar o Cinema Novo, movimento dos anos 60 e 70 que criou um cinema nacional.
O filme Vidas Secas (1963), adaptação do romance homônimo de Graciliano Ramos, é considerado por muitos como a obra-prima do cineasta.
Diretor de numerosos filmes, atuando como roteirista / argumentista, ora como produtor ora como co-produtor, Nelson Pereira dos Santos está sempre presente na cena cinematográfica brasileira e internacional, com longas-metragens que se inspiram igualmente na história e no imaginário popular.
Em junho de 2005, a Academia Brasileira de Letras homenageou sua obra especialmente ligada à literatura no ciclo A Literatura Brasileira no Cinema, sob coordenação de Cícero Sandroni, quando foram exibidos e comentados os filmes:
7/6/2005 – Vidas Secas (Graciliano Ramos), com comentários de Nelson Pereira dos Santos e Ivana Bentes;
14/6/2005 – Tenda dos Milagres (Jorge Amado), com comentários de Nelson Pereira dos Santos e Muniz Sodré;
21/6/2005 – A Terceira Margem do Rio (Guimarães Rosa), com comentários de Nelson Pereira dos Santos e José Carlos Avellar;
28/6/2005 – Um Asyllo Muito Louco (Machado de Assis), com comentários de Nelson Pereira dos Santos e Hugo Sukman, e participação especial da profª. Olívia Barradas.
Prêmios
Por Rio, 40 Graus – Prêmio Talento Jovem (1956), Prêmio Saci, Prêmio do festival de Cinema do Distrito Federal (1958), também por Rio, Zona Norte; Prêmio do Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary, República Tcheca; Prêmio do Festival de Cannes (1964).
Por Vidas Secas – Festival Internacional do Filme de Cannes: Prix des Cinémas d’Art et d’Essai; Prix du Meilleur Film pour la Jeunesse; Prix de l’Office Catholique du Cinema; Prêmio Governador do Estado da Guanabara (1964); Melhor filme do Festival de Cinema de Edimburgo; Festival Internacional de Gênova (1965); Prêmio da Associação dos Críticos de Cinema da Polônia; Festival Internacional de Valladolid, Espanha (1965); I Mostra do Cinema Novo do Museu de Arte Moderna de Nova York (1968).
Por Um Asyllo Muito Louco – Prêmio Luis Buñuel (1970); Festival Internacional de Londres (1971).
Por Como Era Gostoso O Meu Francês – Festival Internacional de Cinema de Berlim (1971); Exposição Internacional do Filme de Los Angeles (1972); Festival Internacional de Cinema de Milão.
Por Amuleto de Ogum – Festival Internacional do Filme de Cannes (1975).
Por Tenda dos Milagres – Festival Internacional de Cinema de Berlim (1978); Festival Internacional de Cinema de Nova York (1978); Festival Internacional de Chicago (1977); Festival Internacional de Filme de Sidney, Austrália (1978); Festival Internacional de Cinema de Melbourne, Austrália (1978); Mostra Internacional da Cinemateca Mexicana (1978); Participante do Simpósio “Cinema e Sociedade”, patrocinado pela UNESCO e Instituto de Cinema Americano – Los Angeles (1978).
Participação em festivais de cinema
1986 – Festival Internacional de Cinema de Veneza – Membro do Júri
1990 – Festival Internacional de Cinema de Gramado – Presidente do Júri
1991 – Festival de Cinema de Brasília – Presidente do Júri
1993 – Festival Internacional de Veneza
A Terceira Margem do Rio
1994 – Festival Internacional Los Angeles
1995 – Festival Internacional de Innsbruck, Áustria
1995 – Prêmio “Margarida de Prata” da CNBB
1995 – Festival Internacional de Fribourg, Suíça
1995 – Festival Internacional de Taiwan, China
1995 – Festival Internacional de Cannes
Cinema de Lágrimas
1995 – Festival Internacional de Tessalônica, Grécia
Presidente do Júri
1996 – Festival Internacional de Programas Audiovisuais de Biarritz
Presidente do Júri
1999 – Festival Internacional do filme Documentário de Yamagata, Japão
Presidente do Júri
Casa-Grande e Senzala
2001 – Festival Internacional do filme Documentário de Yamagata, Japão
2002 – Festival Internacional de Programas Audiovisuais de Biarritz, França
Meu Compadre Zé Keti
2002 – Grande Prêmio Brasil da Academia Brasileira de Cinema
Melhor metragem
Mostras e retrospectivas individuais
1980 – Festival de Cinema Latino-Americano de Nantes, França
1981 – Festival de Cinema Latino-Americano de Pesaro, Itália
1984 – Festival Internacional de Cinema de Tashkent, URSS
1985 – Festival do Novo Cinema Latino Americano de Havana
1985 – Festival Internacional de Cinema de Rotterdam, Holanda
1986 – Festival Internacional de Toronto, Canadá
1986 – Festival Cinematográfico de Verona, Itália
1995 – Film Society of Lincoln Center, Nova York
1995 – Universidade de Harvard – Boston
1995 – Festival Internacional de Munique
1995 – Film Archive Berkeley, Califórnia
2000 – Fundação Japão, Tóquio
2001 – Quinto Encontro de Cineastas Latino-Americanos de Lima, Peru
2002 – V Festival Internacional Latino de Los Angeles, EUA
Premio Gabriel Fiqueroa
Cargos e funções
Diretor do Setor de Arte Cinematográfica da Universidade Federal Fluminense – 1967.
Bolsista do Departamento de Estado para uma visita de intercâmbio cultural aos Estados Unidos – 1967.
Fundador e primeiro Presidente da Associação Brasileira de Cineastas.
Membro da Comissão designada pelo Ministro de Estado de Educação e Cultura, Sr. Ney Braga, para propor medidas de reformulação dos órgãos relacionados às atividades cinematográficas – 1974.
Presidente de Honra do Comitê de Cineastas Latino-Americanos.
Conselheiro da Fundação do Novo Cinema Latino-Americano.
Membro do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro.
Conselheiro do Pólo de Cinema e Vídeo de Brasília.
Ensino
Professor Associado do Instituto Central de Arte da Universidade de Brasília (1965);
Professor Titular do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal – Fluminense (por concurso público, 1970);
Professor convidado da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA, 1988);
Professor convidado da Columbia University (Nova York, 1990);
Conselheiro de Oficinas de Direção do Sundance Institute (1991-92);
Professor Emérito da Universidade Federal Fluminense (1999).
Títulos e condecorações
Título de “notório saber” concedido pela Universidade de Brasília;
Título de “alta qualificação científica”, concedido pela Universidade Federal Fluminense;
Comendador da Ordre des Arts et des Lettres, da República Francesa;
Chevalier de la Légion d’Honneur, da República Francesa;
Doutor Honoris Causa, da Universidade de Paris X – Nanterre;
Comendador da Ordem de Rio Branco, da República Federativa do Brasil;
Medalha Felix Varela de Primeiro Grau, do Ministério da Cultura de Cuba;
Comendador da Ordem de Ciências, Letras e Artes da República de Portugal;
Membro do Conselho Diretor do Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro;
Prêmio Nacional da Cultura de 1996, concedido pelo Ministério da Cultura da República Federativa do Brasil.
Doutor Honoris Causa, da Universidade Federal da Bahia.
FILMOGRAFIA
1949 – Juventude
1955 – Rio, 40 Graus
1957 – Rio, Zona Norte
1957 – Aventuras Amorosas de um Padeiro (produtor)
1958 – O Grande Momento (produtor)
1961 – Mandacaru Vermelho
1962 – Boca de Ouro
1963 – Vidas Secas
1965 – A Hora e a Vez de Augusto Matraga (produtor)
1967 – El justicero
1968 – Fome de Amor
1970 – Azyllo Muito Louco
1971 – Como Era Gostoso o Meu Francês
1972 – Quem é Beta?
1974 – O Amuleto de Ogum
1977 – Tenda dos Milagres
1978 – A Dama do Lotação (produtor)
1980 – Na Estrada da Vida
1980 – Insônia (segmento “O Ladrão”)
1982 – A Missa do Galo
1984 – Memórias do Cárcere
1987 – Jubiabá (roteiro)
1994 – A Terceira Margem do Rio
1995 – Cinema de Lágrimas
2001 – Meu Compadre, Zé Ketti
2003 – Raízes do Brasil – Uma cinebiografia de Sérgio Buarque de Holanda
2005 – Brasília 18%
2009 - Português, a Língua do Brasil (documentário)
Para a televisão, algumas de suas participações como diretor: Cinema Rio (1980); Mundo Mágico (1983); A Música Segundo Tom Jobim (1984); Bahia de Todos os Santos (1985); Casa-Grande & Senzala (2001-02).
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