Stanley Kubrick, nasceu em Nova Iorque, em 26 de julho de 1928, diretor e roteirista de cinema, foi um dos cineastas mais importantes do século XX, responsável por uma carreira notável, regular e bem-estruturada que gozou de uma excelente recepção crítica. Em sua infância, o garoto do Bronx não era o que se podia chamar de "aluno exemplar". Raramente fazia as lições de casa e suas notas não eram das melhores. Mas apesar disso, tinha reconhecimento do pai em sua mente criativa. Foi este quem o encorajou a aprender xadrez (se tornou um especialista no esporte) e lhe deu sua primeira máquina fotográfica. Ainda na adolescência, visando a carreira como fotógrafo, conseguiu emprego na conceituada revista Look, mas logo Kubrick descobriu que o seu futuro estava ligado a outro tipo de câmera. Estreou como cineasta de curta-metragens aos 22 anos. Aos 25, obteve uma grande ajuda financeira do pai, que penhorou a casa para a produção de “Fogo e desejo” (1953), seu primeiro longa-metragem. Considerou o trabalho amador e, mesmo com algumas boas críticas, logo tratou de retirá-lo de circulação. Até hoje o filme permanece fora de catálogo, tendo sido exibido poucas vezes em festivais ou distribuído ilegalmente. Logo após Kubrick realizaria outro longa, A Morte Passou Por Perto (1955) (Killer's Kiss), outro filme pouco divulgado e de difícil acesso. Mas é a partir de O Grande Golpe (The Killing) (1956) que sua carreira começa a funcionar. A trama sobre um plano de assalto ganhou a atenção de alguns
produtores. O filme homônimo foi estrelado pelo astro Kirk Douglas, que ajudou a levantar o projeto após ele ter sido rejeitado pelos estúdios. Kubrick fez um dos filmes anti-guerra mais poderosos que o mundo do cinema já viu. Focado não em heróis, mas sim em covardes. Apesar das excelentes críticas, Horizontes de Glória (1957) foi proibido em alguns países, incluindo a França.
Dirigiu o épico Spartacus (1960) de Kirk Douglas, após a tensa demissão do veterano diretor Anthony Mann. Mann já havia filmado boa parte da produção quando Kubrick, com apenas 29 anos, assumiu o seu lugar. A boa relação com Douglas viria por água a baixo quando diferenças criativas se confrontaram. Kubrick perdeu a batalha e se viu obrigado a filmar sem poder colocar algumas de suas idéias em prática. Mesmo com o sucesso do filme, ele decidiu que dali por diante só iria aceitar projetos que pudesse ter total liberdade criativa. E foi com esse pensamento que se muda para a Inglaterra em 1962. No mesmo ano começa as filmagens de Lolita (1962), clássico da literatura escrita por Vladimir Nabokov. A curiosidade sobre a adaptação da obra de Nabokov dá grande visibilidade ao filme, que mesmo imerso em polêmicas (a relação entre um homem de meia-idade e uma adolescente era a principal delas) se torna outro grande sucesso de crítica. Dois anos depois, o diretor lança outro clássico absoluto: Doutor Fantástico (1964). Tendo como o tema a ameaça nuclear, o filme é uma comédia de humor negro com atuações e roteiro primorosos. Para atuar, Kubrick chamou o comediante inglês Peter Sellers, que se desdobra em três papéis, incluindo o de presidente dos Estados Unidos da América e George C. Scott (que alguns anos mais tarde se destacaria de vez em Patton, Rebelde ou Herói?). Entre os vários momentos clássicos está o final, com direito a um major cowboy montado sobre um míssil. Esse trabalho rendeu a Kubrick sua primeira indicação ao Oscar de melhor diretor.
Em 1963, iniciou a produção que lhe trouxe ao Oscar de melhores efeitos especiais, cinco anos de produção foram necessários para o desenvolvimento de 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968), para muitos, a melhor ficção científica já filmada.O filme 2001 teve uma recepção fria da crítica, mas obteve sucesso junto ao público. Até hoje possui em sua força maior as músicas de Joham Strauss,“Danubio Azul”. Os efeitos especiais, inovadores para a época, garantiram ao filme um Oscar da categoria. Novamente indicado a melhor diretor, Kubrick vê o seu prêmio escapar. Logo após, chateado com o cancelamento do longa sobre Napoleão Bonaparte, ele segue para mais uma adaptação. Dessa vez o livro é A Laranja Mecânica (1971) de Anthony Burgess, focado na violência humana e, principalmente, na da juventude. Causou grande polêmica na época de seu lançamento e foi acusado de incitar a bárbarie. Na história, quatro jovens de classe trabalhadoras passam as noites cometendo as maiores atrocidades: brigar, roubar, estuprar… são apenas algumas delas. A vida de um deles, Alex, (Malcolm McDowell) toma um rumo diferente quando o mesmo vai para a cadeia. Disparado o trabalho mais controverso do diretor, que lhe rendeu outra indicação ao prêmio da Academia e outra derrota.Nos anos seguintes três filmes totalmente diferentes: um longuíssimo filme de época, um terror de gelar a espinha e a sua visão da Guerra do Vietnã. O primeiro é Barry Lyndon (1975). Linda obra saída de uma novela de William Makepeace Thackeray. Apesar de ser pouco conhecido, o filme é considerado como seu melhor trabalho. Pois nele é perfeitamente visível o seu perfeccionismo, característica marcante em sua carreira. A fotografia do filme, dirigida por John Alcott - trabalhando sob a orientação técnica de Kubrick - e vencedora do Oscar, é outro momento inesquecível. Kubrick usou lentes criadas pela NASA para poder filmar alguns interiores. Detalhe: iluminados apenas com velas. Mesmo com todo o cuidado da produção, Barry Lyndon fracassou nos Estados Unidos, mas fez relativo sucesso na Europa. Levou quatro estatuetas douradas, mas de novo o admirável trabalho de Stanley como diretor não foi reconhecido pela maioria votante. Um novo sucesso mundial ele voltaria a ter com o clássico O Iluminado (1980), adaptação da obra de Stephen King. A história de uma família que passa uma temporada em um hotel nas montanhas até hoje faz sucesso onde quer que seja exibida.
Quase no final dos anos 80, Kubrick resurgiria dando ênfase a guerra. Dessa vez a do Vietnã. Saída do livro de Gustav Hasford, Nascido Para Matar (1987) é quase que uma versão "Kubrickiana" de Apocalypse Now. O filme é praticamente dividido em duas partes: a preparação para a guerra e o ambiente de combate. Kubrick disse que ficou frustrado com o fato de que antes da estréia do filme dois outros longas sobre o tema já tinham sido lançados com sucesso: Os Gritos do Silêncio (1984) e Platoon (1986). Ainda como destaque da produção está o imenso set erguido em Londres para a batalha final. E seu último trabalho foi o filme "De Olhos Bem Fechados" onde Dr. Bill desenvolve uma paranóia irracional (ou talvez real?) de que sua esposa possa ser infiel a ele. Um filme picante e dramático.
Estes: 2001: Uma Odisséia no Espaço, Dr. Fantástico e A Laranja Mecânica, estão listados entre os 50 maiores filmes de todos os tempos, pelo respeitado American Film Institute. Stanley falece em 1999, aos 70 anos, de parada cardiaca, dormindo.
produtores. O filme homônimo foi estrelado pelo astro Kirk Douglas, que ajudou a levantar o projeto após ele ter sido rejeitado pelos estúdios. Kubrick fez um dos filmes anti-guerra mais poderosos que o mundo do cinema já viu. Focado não em heróis, mas sim em covardes. Apesar das excelentes críticas, Horizontes de Glória (1957) foi proibido em alguns países, incluindo a França.
Dirigiu o épico Spartacus (1960) de Kirk Douglas, após a tensa demissão do veterano diretor Anthony Mann. Mann já havia filmado boa parte da produção quando Kubrick, com apenas 29 anos, assumiu o seu lugar. A boa relação com Douglas viria por água a baixo quando diferenças criativas se confrontaram. Kubrick perdeu a batalha e se viu obrigado a filmar sem poder colocar algumas de suas idéias em prática. Mesmo com o sucesso do filme, ele decidiu que dali por diante só iria aceitar projetos que pudesse ter total liberdade criativa. E foi com esse pensamento que se muda para a Inglaterra em 1962. No mesmo ano começa as filmagens de Lolita (1962), clássico da literatura escrita por Vladimir Nabokov. A curiosidade sobre a adaptação da obra de Nabokov dá grande visibilidade ao filme, que mesmo imerso em polêmicas (a relação entre um homem de meia-idade e uma adolescente era a principal delas) se torna outro grande sucesso de crítica. Dois anos depois, o diretor lança outro clássico absoluto: Doutor Fantástico (1964). Tendo como o tema a ameaça nuclear, o filme é uma comédia de humor negro com atuações e roteiro primorosos. Para atuar, Kubrick chamou o comediante inglês Peter Sellers, que se desdobra em três papéis, incluindo o de presidente dos Estados Unidos da América e George C. Scott (que alguns anos mais tarde se destacaria de vez em Patton, Rebelde ou Herói?). Entre os vários momentos clássicos está o final, com direito a um major cowboy montado sobre um míssil. Esse trabalho rendeu a Kubrick sua primeira indicação ao Oscar de melhor diretor.
Em 1963, iniciou a produção que lhe trouxe ao Oscar de melhores efeitos especiais, cinco anos de produção foram necessários para o desenvolvimento de 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968), para muitos, a melhor ficção científica já filmada.O filme 2001 teve uma recepção fria da crítica, mas obteve sucesso junto ao público. Até hoje possui em sua força maior as músicas de Joham Strauss,“Danubio Azul”. Os efeitos especiais, inovadores para a época, garantiram ao filme um Oscar da categoria. Novamente indicado a melhor diretor, Kubrick vê o seu prêmio escapar. Logo após, chateado com o cancelamento do longa sobre Napoleão Bonaparte, ele segue para mais uma adaptação. Dessa vez o livro é A Laranja Mecânica (1971) de Anthony Burgess, focado na violência humana e, principalmente, na da juventude. Causou grande polêmica na época de seu lançamento e foi acusado de incitar a bárbarie. Na história, quatro jovens de classe trabalhadoras passam as noites cometendo as maiores atrocidades: brigar, roubar, estuprar… são apenas algumas delas. A vida de um deles, Alex, (Malcolm McDowell) toma um rumo diferente quando o mesmo vai para a cadeia. Disparado o trabalho mais controverso do diretor, que lhe rendeu outra indicação ao prêmio da Academia e outra derrota.Nos anos seguintes três filmes totalmente diferentes: um longuíssimo filme de época, um terror de gelar a espinha e a sua visão da Guerra do Vietnã. O primeiro é Barry Lyndon (1975). Linda obra saída de uma novela de William Makepeace Thackeray. Apesar de ser pouco conhecido, o filme é considerado como seu melhor trabalho. Pois nele é perfeitamente visível o seu perfeccionismo, característica marcante em sua carreira. A fotografia do filme, dirigida por John Alcott - trabalhando sob a orientação técnica de Kubrick - e vencedora do Oscar, é outro momento inesquecível. Kubrick usou lentes criadas pela NASA para poder filmar alguns interiores. Detalhe: iluminados apenas com velas. Mesmo com todo o cuidado da produção, Barry Lyndon fracassou nos Estados Unidos, mas fez relativo sucesso na Europa. Levou quatro estatuetas douradas, mas de novo o admirável trabalho de Stanley como diretor não foi reconhecido pela maioria votante. Um novo sucesso mundial ele voltaria a ter com o clássico O Iluminado (1980), adaptação da obra de Stephen King. A história de uma família que passa uma temporada em um hotel nas montanhas até hoje faz sucesso onde quer que seja exibida.
Quase no final dos anos 80, Kubrick resurgiria dando ênfase a guerra. Dessa vez a do Vietnã. Saída do livro de Gustav Hasford, Nascido Para Matar (1987) é quase que uma versão "Kubrickiana" de Apocalypse Now. O filme é praticamente dividido em duas partes: a preparação para a guerra e o ambiente de combate. Kubrick disse que ficou frustrado com o fato de que antes da estréia do filme dois outros longas sobre o tema já tinham sido lançados com sucesso: Os Gritos do Silêncio (1984) e Platoon (1986). Ainda como destaque da produção está o imenso set erguido em Londres para a batalha final. E seu último trabalho foi o filme "De Olhos Bem Fechados" onde Dr. Bill desenvolve uma paranóia irracional (ou talvez real?) de que sua esposa possa ser infiel a ele. Um filme picante e dramático.
Estes: 2001: Uma Odisséia no Espaço, Dr. Fantástico e A Laranja Mecânica, estão listados entre os 50 maiores filmes de todos os tempos, pelo respeitado American Film Institute. Stanley falece em 1999, aos 70 anos, de parada cardiaca, dormindo.
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