Sinopse: A Aventura conta a história de um grupo de seis burgueses entediados (três casais) que partem para um cruzeiro a uma ilha inabitada e isolada da Sicília.Após alardear falsamente o grupo sobre a presença de tubarões e brigar com o namorado, Anna desaparece misteriosamente da ilha.
Seria assassinato, seqüestro, acidente, suicídio?
Não se sabe se ela simplesmente foi embora por tédio ou se realmente tentou suicídio.
A exceção de Sandro e Cláudia, ninguém parecia ligar muito. Tanto é que quando a polícia costeira inicia as buscas eles são os últimos a permanecerem.
A melhor amiga da desaparecida, Claudia (Mônica Vitti), e seu namorado, Sandro (Gabriele Ferzetti), partem à procura da cidadã em cidades vizinhas. Logo se tornam amantes.
Direção: Michelangelo Antonioni
Roteiro: Michelangelo Antonioni, Elio Bartolini, Tonino Guerra
Ano: 1960
País: França, Itália
Gênero: Drama, Policial, Romance, Suspense
Duração: 145 min. / p&b
Tipo: Longa-metragem
Título Original: L'Avventura
Elenco: Gabriele Ferzetti, Monica Vitti, Lea Massari, Dominique Blanchar, Renzo Ricci, James Addams, Dorothy De Poliolo, Lelio Luttazzi, Giovanni Petrucci, Esmeralda Ruspoli
Análise: No filme “A Aventura” o roteiro vai se desenvolvendo lentamente, nossa atenção é desviada da mecânica da busca, pela câmera e pela forma como ela se movia. É impossível saber para onde ela iria, quem ou o que ela iria seguir. Da mesma forma, a atenção dos personagens se dispersava: na direção da luz, do calor, da noção do espaço, na direção um do outro.A câmera que passeia pelas belas paisagens da Itália serve de recurso estético, mas tem também apelo narrativo. Ao passear pelos luxuosos cômodos das mansões, as lentes de Antonioni desnudam a solidão e a infidelidade dos personagens, principalmente as do sexo feminino.
A linguagem visual de Antonioni nos deixa focados no ritmo do mundo: os ritmos visuais de luz e sombra, das pessoas posicionadas como silhuetas em uma paisagem que sempre parecia extraordinariamente vasta.
É nítido a utilização do enquadramento nas ilhas, rochas, igrejas, cidades abandonadas e outras maravilhas arquitetônicas e naturais do sul da Itália como metáfora visual do vazio existencial dos personagens.
“Michelangelo Antonioni disse numa entrevista que a aventura de seu filme não era encerrada à beira mar, sobre as ilhas rochosas onde Anna desapareceu. Era, na verdade uma “aventura emocional”, cheia de simbolismos e ironias, obedecendo seu ritmo vagaroso e sua linguagem cinematográfica, considerada apenas difícil por alguns ou para a maioria, totalmente indecifrável.”
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